O brasileiro Manoel José Nunes Neto, vencedor do Prêmio Nobel da Ciência Jovem, já sabe onde quer aplicar o seu projeto: o desejo dele é monitorar rios no Brasil, em especial o Poti e Parnaíba.
A criação do piauiense de 16 anos, que o levou a vencer o Stockholm Junior Water Prize, é um rover aquático. O dispositivo navega pelas águas e coleta informações como qualidade ambiental, quantidade de materiais orgânicos, temperaturas, entre outros.
“Esse é um barco autônomo que é voltado para o monitoramento de corpos hídricos, como rios e lagos. Ele utiliza um conjunto de sensores relacionados com parâmetros que medem a qualidade da água, como PH, temperatura, O2 e a turbidez, que são parâmetros importantíssimos para que possamos verificar se o manancial está com qualidade boa ou não, explicou o jovem em entrevista ao Jornal do Piauí.
Monitorar rios no país
Desde que foi aplaudido de pé na premiação, Manoel se tornou assunto no mundo todo, principalmente no Brasil.
Agora, ele quer retribuir ajudando no enfrentamento da poluição em mananciais brasileiros.
“Meu sonho é que esse projeto possa chegar cada vez mais longe e que consiga ajudar a população como um todo, porque esse problema da água é muito grave no Brasil, mas também acontece em todo o mundo. Quero de alguma forma contribuir, então os próximos passos será investir mais no equipamento, produzir ele como uma patente e tentar colocar ele em rios, como os nossos Poti e Parnaíba, para realmente fazer esse monitoramento ser real”, afirmou.
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Evita contaminação
O rover é realmente algo do futuro. Portátil, de baixo custo e autônomo, o veículo navega por diversos ambientes aquáticos.
As informações coletadas durante a navegação são enviadas remotamente para um servidor. Assim, ficam armazenadas e podem ser interpretadas por especialistas.
“Por ele ser autônomo e verificar um rio por muito tempo, eu consigo identificar os focos de contaminação e onde elas estão presentes no rio, porque esse é um problema que o mundo enfrenta. A gente não consegue enxergar e encontrar essas contaminações de uma forma tão eficiente, então ter um robô que faça isso sem a ajuda humana, custando um pouco, é muito bom, porque ele promete revolucionar a forma como esse monitoramento é feito”, explicou.
Premiação era sonho
A premiação foi em Estocolmo, na Suécia e o jovem foi até lá defender o Brasil.
Para ser escolhido, Manoel competiu com outros nomes de peso do mundo todo.
Segundo o jovem cientista, o prêmio é a realização de um sonho antigo.
“Quando eu era criança, meu sonho era ter um projeto que fosse reconhecido pelo mundo. Quando cheguei ontem e realmente recebi esse prêmio, eu vi que isso era um sonho de criança. É algo que toca muito quem eu sou. Sou extremamente grato a todas as pessoas que me ajudaram a chegar aqui, porque só eu não faço nada”, concluiu.