Vem de Pernambuco, a inovação. É a primeira pizzaria do país que contrata exclusivamente jovens e adultos com Síndrome de Down. Mal começou, a Pizza Maker & Down já faz sucesso, em Paulista, região metropolitana do Recife.
Erilene Monteiro, mestre em pizzas, inspirou-se no sobrinho Matheus, que tem Down, para abrir o negócio. “Vendo a capacidade de superação dele em tudo, decidi criar um projeto para proporcionar cidadania e sobretudo renda a todos os que têm Down.”
Os funcionários passam por um treinamento com aulas e instruções sobre pizzas e massas. Também recebem orientações sobre como receber e servir. A alegria está estampada nos rostos.
Ideia que deu certo
A pizzaria foi inaugurada este mês. Inicialmente, são 40 vagas abertas. A ideia de Erilene é ampliar, tão logo seja possível, transformando a Pizza Maker & Down em franquia em nível mundial.
Idealizadora do projeto, Erilene é dona de uma escola de cursos básicos e avançados de pizzaiolos há 25 anos.
A empresária usa a estrutura para oferecer gratuitamente especialização e formação profissional para pessoas com Down de 15 a 40 anos, com todas as adaptações necessárias.
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Sonho coletivo
Determinada a fazer a diferença, Erilene encontrou a administradora do shopping Norte Janga, em Paulista, Cléia Alves, que também abraçou a causa.
“Quando ela me falou do projeto me tocou muito”, disse a administradora. “Fomos organizando e buscando formas para ajudá-la. Nós queremos ser multiplicadores agora.”
Maria Margaret Silva Rocha, mãe de um dos contratados, elogiou a iniciativa. “É um orgulho para mim ver como ele [o filho] enfrenta os desafios para ser útil à sociedade. O projeto é algo muito importante para ele e para mim, só temos a agradecer por isso”, disse em entrevista ao Leia Já.
Dificuldades de acesso
Antes de chegar à pizzaria, Erilene esbarrou na dor de constatar que, apesar da dedicação dos alunos com Down no curso, eles não conseguiam ter acesso ao mercado de trabalho, conforme contou em entrevista à revista Pequenas Empresas & Negócios.
Foi aí que ela começou a buscar alternativas, quando a empresária criou um buffet cujos funcionários todos eram Down.
“Foi um sucesso! Fazíamos festas para 100, 200 pessoas quase todo final de semana. Mas, eu tinha ainda o sonho de montar uma pizzaria com eles.”