Um novo tratamento de combate ao câncer de colo de útero promete reduzir em 40% o número de mortes. A notícia boa vem justamente no Outubro Rosa, mês da campanha de conscientização para prevenção e diagnóstico da doença, que atinge o maior número de mulheres na faixa dos 30 anos no Brasil e no mundo.
O novo tratamento combina quimioterapia com radioterapia, gerando a quimiorradiação. Pacientes foram acompanhadas por seis semanas de quimioterapia com carboplatina e paclitaxel.
Em seguida, foram submetidas a quimioterapia semanal com cisplatina e braquiterapia, conhecida como quimiorradiação. Por 10 anos, mulheres no Brasil, no Reino Unido, México, na Índia e na Itália foram acompanhadas e o resultado da descoberta foi publicado na revista científica The Lancet.
Resultados preliminares
O estudo foi feito em parceria entre várias instituições científicas. Pesquisadores da University College London (UCL) fizeram ensaio clínico de fase três e mostraram uma redução de 40% no risco de morte pela doença e uma redução de 35% no risco de o câncer voltar em pelo menos cinco anos.
Após cinco anos, 80% das que receberam um curso curto de quimioterapia primeiro estavam vivas e para 72% o câncer não havia retornado nem se espalhado. No grupo de tratamento padrão, 72% estavam vivos e 64% não tiveram o câncer retornado ou se espalhado.
Separadamente, a UCL disse que o estudo confirmou uma redução de 40% no risco de morte e uma redução de 35% no risco de retorno do câncer, ao comparar os dois grupos usando uma métrica diferente.
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Muitas vantagens
Para Mary McCormack, a principal pesquisadora do ensaio na UCL, o estudo representa um avanço inigualável para a perspectiva de qualidade de vida para as mulheres em geral.
“Toda melhora na sobrevivência de um paciente com câncer é importante, especialmente quando o tratamento é bem tolerado e administrado por um tempo relativamente curto, permitindo que as mulheres retornem às suas vidas normais relativamente rápido.”
O estudo envolveu 32 centros médicos pelo mundo e 500 mulheres acompanhadas ao longo de uma década.
Certificação científica
Iain Foulkes, diretor executivo de pesquisa e inovação da Cancer Research UK, disse elogiou a pesquisa. Segundo ele, os resultados “são notáveis”. Ele está bastante otimista.
“Não só pode reduzir as chances de retorno do câncer, como também pode ser administrado rapidamente, usando medicamentos já disponíveis em todo o mundo”, afirmou o cientista ao The Guardian.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que o câncer de colo de útero é o mais comum em mulheres. Por ano, são 660 mil novos casos, dos quais 350 mil perdem a vida. O estudo foi publicado na revista científica The Lancet e pode ser acessado aqui.