Um manguito discreto e flexível usa eletrodos para reconectar o cérebro de pacientes e restaurar a flexibilidade daqueles que passaram por um AVC.
Fabricado por uma startup britânica chamada Neuboud, o dispositivo foi criado para ser usado em rotinas diárias. Com o manguito, os pacientes recuperam funções motoras prejudicadas e maximizam o tempo gasto em atividades de reabilitação.
Isso é possível graças a eletrodos, que detectam os comandos de ativação muscular e estimulam os nervos para ajudar a restaurar a conexão com o cérebro. Uma das pacientes, com apenas 8 sessões, saiu de uma completa rigidez no braço e conseguiu dobrar e flexionar o membro.
Como funciona
Segundo Jumpei Kashiwakura, fundador da startup, o dispositivo em formato de bracelete funciona a partir da neuroplasticidade.
A neuroplasticidade é a reorganização do cérebro em torno de novas vias neurais para recuperar o controle de um membro perdido.
O manguito é colocado na parte superior do antebraço e a partir daí, consegue calcular qual músculo está se tornando inativo. Então, dispara um estímulo que, ao aumentar a contração, envia uma mensagem para o cérebro e realiza o movimento.
Os primeiros testes foram realizados com pacientes de um grupo de apoio a AVC em Londres. Os resultados saíram na NYU Scholars, um periódico científico.
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8 sessões
Lisa Vincent, de 52 anos, foi uma das felizardas e descreveu a experiência com a braçadeira como algo mágico.
Antes, ela tinha o sonho de abraçar a neta, de 8 meses. Agora ela pode!
“Minha neta, ela tem 8 meses, e só podia sentar no meu colo porque eu não conseguia segurá-la. Mas 3 semanas atrás minha filha a colocou no meu colo e eu a segurei com este braço porque eu me sentia no controle do pulso e eu estava confiante o suficiente”, contou em entrevista à Reuters.
Questionada sobre a sensação que sentiu ao realizar o sonho, ela contou: “Eu chorei até dormir naquela noite. Foi incrível poder fazer isso.”
Novos testes
Após os testes iniciais, a equipe da Neubond quer expandir a aplicação com outros usuários.
Em janeiro de 2025 a equipe vai realizar, no Charing Cross Hospital, também em Londres, sessões com um grupo de 20 pacientes.
Além disso, os responsáveis já deram entrada para o processo regulatório para garantir que o dispositivo possa atender os padrões médicos necessários.