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Novo manguito reconecta cérebro de pacientes com AVC
23 de outubro de 2024
- Vitor Guerras
Em testes, o manguito conseguiu reconectar o cérebro de pacientes com AVC e fazer com que eles consigam realizar movimentos antes impossíveis. - Foto: Reuters/Handout
Em testes, o manguito conseguiu reconectar o cérebro de pacientes com AVC e fazer com que eles consigam realizar movimentos antes impossíveis. - Foto: Reuters/Handout

Um manguito discreto e flexível usa eletrodos para reconectar o cérebro de pacientes e restaurar a flexibilidade daqueles que passaram por um AVC.

Fabricado por uma startup britânica chamada Neuboud, o dispositivo foi criado para ser usado em rotinas diárias. Com o manguito, os pacientes recuperam funções motoras prejudicadas e maximizam o tempo gasto em atividades de reabilitação.

Isso é possível graças a eletrodos, que detectam os comandos de ativação muscular e estimulam os nervos para ajudar a restaurar a conexão com o cérebro. Uma das pacientes, com apenas 8 sessões, saiu de uma completa rigidez no braço e conseguiu dobrar e flexionar o membro.

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Como funciona

Segundo Jumpei Kashiwakura, fundador da startup, o dispositivo em formato de bracelete funciona a partir da neuroplasticidade.

A neuroplasticidade é a reorganização do cérebro em torno de novas vias neurais para recuperar o controle de um membro perdido.

O manguito é colocado na parte superior do antebraço e a partir daí, consegue calcular qual músculo está se tornando inativo. Então, dispara um estímulo que, ao aumentar a contração, envia uma mensagem para o cérebro e realiza o movimento.

Os primeiros testes foram realizados com pacientes de um grupo de apoio a AVC em Londres. Os resultados saíram na NYU Scholars, um periódico científico.

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8 sessões

Lisa Vincent, de 52 anos, foi uma das felizardas e descreveu a experiência com a braçadeira como algo mágico.

Antes, ela tinha o sonho de abraçar a neta, de 8 meses. Agora ela pode!

“Minha neta, ela tem 8 meses, e só podia sentar no meu colo porque eu não conseguia segurá-la. Mas 3 semanas atrás minha filha a colocou no meu colo e eu a segurei com este braço porque eu me sentia no controle do pulso e eu estava confiante o suficiente”, contou em entrevista à Reuters.

Questionada sobre a sensação que sentiu ao realizar o sonho, ela contou: “Eu chorei até dormir naquela noite. Foi incrível poder fazer isso.”

Novos testes

Após os testes iniciais, a equipe da Neubond quer expandir a aplicação com outros usuários.

Em janeiro de 2025 a equipe vai realizar, no Charing Cross Hospital, também em Londres, sessões com um grupo de 20 pacientes.

Além disso, os responsáveis já deram entrada para o processo regulatório para garantir que o dispositivo possa atender os padrões médicos necessários.

Com 8 sessões uma das pacientes conseguiu movimentar o braço. - Foto: Reuters/Handout
Com 8 sessões uma das pacientes conseguiu movimentar o braço. – Foto: Reuters/Handout
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