Após 57 anos, mulheres encontram irmã vítima de adoção forçada pela igreja

Mulheres que passaram mais da metade da vida em busca de uma irmã perdida, vítima da chamada adoção forçada, tiveram um reencontro emocionante, após 57 anos.
Geraldine tinha 4 anos quando a mãe, Mary Wills, foi forçada a colocá-la para adoção por uma ordem religiosa de freiras católicas. Na ocasião, era comum pressionar mães solo a abrirem mão da guarda dos filhos.
Agora com mais de 60 anos, Trish e June, estão juntas com a irmã mais velha, Geraldine, quase uma octogenária, em Somerset, na Inglaterra. “Eu, ela e June rimos da mesma forma — e não acredito como somos parecidas. “Sentimos que a mamãe está conosco agora e é isso que ela gostaria”, dsse Trish.
O primeiro encontro
Após o resultado do DNA e várias tentativas, as três irmãs fizeram uma videochamada antes de se conhecerem pessoalmente. Duas semanas depois, elas se encontraram.
“O primeiro encontro foi emocionante, e senti um amor instantâneo por Geri”, contou Trish.
“Ter Geri na minha vida é algo que eu sempre quis. June e eu sempre ouvimos falar de Geraldine, mas não conseguíamos encontrá-la”, afirmou Trish.
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Como conseguiram
Após a separação por meio da adoção forçada, nunca mais Geraldine foi vista pela família biológica. Mas graças a um teste de DNA, ela foi localizada. Infelizmente, o encontro só aconteceu depois da morte da mãe, vencida por um câncer no fígado em 2011.
Em 1956, a mãe Mary se casou com Peter Wills, com quem teve três filhos. Trish e June sempre souberam da existência da irmã mais velha e jamais desistiram de procurá-la.
O reencontro também trouxe à tona vários segredos de família, como o fato de a mãe ter sido sobrevivente do Lar Materno-Infantil de Bessborough, no Condado de Cork, Irlanda, administrado pelas Irmãs dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
Mãe foi vítima
O lar foi alvo de uma investigação do governo irlandês em 2021 e considerado culpado de muitas adoções forçadas e de maltratar mães solos. Na época, as religiosas as chamavam de “pecadoras”.
Mary foi vítima de maus-tratos no convento e forçada a entregar Geraldine para adoção.
“Nós a levamos ao túmulo da mãe, o que foi muito emocionante… e estamos planejando fazer uma viagem à Irlanda para ver onde Mary passou seus primeiros anos. Esse é o começo para criar memórias juntas agora”, afirmou Trish, ao GNN.
