Alzheimer: FDA aprova exame de sangue para diagnosticar primeiros sinais da doença

Pela primeira vez, a FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, aprova um exame de sangue que pode ajudar médicos a identificar os primeiros sinais do Alzheimer, de forma rápida e não invasiva.
A decisão, anunciada na última sexta-feira, 16, pode mudar o rumo do diagnóstico da doença, que afeta milhões de pessoas no mundo. O novo teste vai ser indicado para pacientes com 55 anos ou mais que apresentem sintomas iniciais de perda de memória ou dificuldade de raciocínio.
“A expectativa é que, com ele, seja mais fácil diferenciar o Alzheimer de outras causas de problemas cognitivos. A autorização de hoje é um passo importante para o diagnóstico da doença de Alzheimer, tornando-o mais fácil e potencialmente mais acessível para pacientes dos EUA em um estágio inicial da doença”, disse Michelle Tarver, do centro de dispositivos da FDA.
Como funciona
O exame foi desenvolvido pela empresa Fujirebio Diagnostics Inc., e detecta a presença de uma proteína chamada beta-amiloide no sangue.
Essa substância é um dos principais sinais da doença de Alzheimer, pois forma placas pegajosas no cérebro que interferem na comunicação entre os neurônios.
Nos últimos anos, só era possível encontrar o marcador usando técnicas mais invasivas ou inacessíveis para muita gente.
Com a aprovação pela FDA, o exame de sangue surge como uma alternativa mais simples e eficiente.
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Esperança para pacientes
Mais de 6 milhões de pessoas vivem com Alzheimer nos Estados Unidos e o número tende a crescer. No Brasil não há números precisos, apenas estimativas de que 1,2 milhão de pessoas convivam com alguma forma de demência.
O novo teste vai ampliar o acesso a tratamentos que podem retardar a progressão da doença.
Com o diagnóstico precoce, é possível garantir que os pacientes tenham uma qualidade de vida bem melhor.
Até agora, muitos laboratórios tinham criado testes de amiloide, mas sem a regulamentação da FDA.
O futuro do diagnóstico
A aprovação do exame de sangue da Fujirebio pode incentivar outras empresas a desenvolverem testes semelhantes.
Grandes nomes da indústria farmacêutica, como Roche, Eli Lilly e C2N Diagnostics, já anunciaram que estão na corrida.
É importante lembrar que o teste não é indicado como um exame de rotina, e sim para pessoas que já apresentam sintomas.
