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Proteína pode diminuir tumor de câncer colorretal em 77%, descobrem cientistas

Rinaldo de Oliveira
23 / 07 / 2025 às 08 : 05
A proteína descoberta, feita nos Estados Unidos, pode ser a esperança para um novo tratamento que ajuda a diminuir o câncer colorretal. - Foto: Pixabay
A proteína descoberta, feita nos Estados Unidos, pode ser a esperança para um novo tratamento que ajuda a diminuir o câncer colorretal. - Foto: Pixabay

Depois de mais de uma década de estudos, uma equipe de cientistas da renomada Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, revelou uma descoberta promissora. O grupo identificou que uma proteína pode diminuir o crescimento do câncer em até 77% em casos de tumores colorrretais, um dos mais comuns e letais do mundo, doença que matou a cantora Preta Gil neste domingo.

O avanço, publicado na revista científica Cell Chemical Biology em junho de 2025, mostra como um novo medicamento é capaz de interferir diretamente no processo de produção de proteínas nas células cancerígenas, atingindo tumores com mutações genéticas específicas. Com apoio dos Institutos Nacionais de Saúde e do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, os pesquisadores conseguiram resultados animadores em modelos animais e tumores derivados de pacientes.

A responsável pela pesquisa, Dra. Marikki Laiho, professora de oncologia em Johns Hopkins, disse que a descoberta é resultado de um trabalho iniciado em 2014 e pode abrir portas para terapias mais eficazes e personalizadas, especialmente para cânceres com alta taxa de mutação e difícil resposta a tratamentos convencionais.

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Produção de proteínas

A pesquisa foca em uma enzima chamada RNA Polimerase 1 (ou Pol 1), essencial para a produção de proteínas pelas células. Ao inibir essa enzima com compostos como o BMH-21 e o novo BOB-42, os cientistas provocaram uma espécie de estresse nas células tumorais, o que alterou o modo como elas produzem proteínas e, consequentemente, inibiu o crescimento do tumor.

Esse mecanismo é especialmente eficaz em cânceres com mutações chamadas MMRd (deficiência de reparo de incompatibilidade), que ocorrem com frequência em tumores colorretais, gástricos e uterinos. Esses cânceres costumam ter mutações em alta escala, por isso são difíceis de tratar.

Mais de 300 linhagens de células cancerígenas foram analisadas no estudo, e os pesquisadores identificaram que aquelas com essas mutações eram muito mais sensíveis aos medicamentos que bloqueiam a Pol 1.

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Resultados animadores

Com os medicamentos em mãos, a equipe testou os compostos em modelos animais e em tumores reais de pacientes. O resultado? Uma redução impressionante de até 77% no crescimento dos tumores, especialmente nos casos de melanoma e câncer colorretal.

Além disso, os cientistas identificaram um papel inédito da proteína ribossômica RPL22. Antes vista apenas como uma peça estrutural na produção de proteínas, ela demonstrou ter uma função dupla: também atua como reguladora crítica do splicing do RNA, o processo que define como a célula monta suas proteínas. Essa regulação é vital para o comportamento do câncer.

Segundo a Dra. Laiho, entender essa nova função da RPL22 é um passo essencial para desenvolver terapias mais eficazes. “Nosso estudo revela que essa proteína pode não apenas suprimir o crescimento tumoral, mas também aumentar a eficácia de imunoterapias”, afirmou.

Esperança contra o câncer colorretal

Embora os testes ainda estejam em fase pré-clínica, a descoberta é considerada um divisor de águas na busca por tratamentos menos agressivos e mais precisos contra o câncer.

A expectativa é que, com mais estudos e testes em humanos, esses medicamentos possam chegar em breve aos pacientes que mais precisam especialmente aqueles com cânceres que hoje têm poucas opções de tratamento.

Veja o estudo completo aqui.

A proteína descoberta pode ser a esperança para um novo tratamento que ajuda a diminuir o câncer colorretal. - Foto: Pixabay
A proteína descoberta pode ser a esperança para um novo tratamento que ajuda a diminuir o câncer colorretal. – Foto: Pixabay
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