Lençóis Maranhenses é o novo Patrimônio Natural da Humanidade; veja

Agora é oficial: o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses recebeu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
É um reconhecimento internacional que coloca o local entre os sítios naturais mais importantes do planeta, ao lado de destinos como as Cataratas do Iguaçu e o Pantanal.
A conquista do título representa um marco histórico para o Brasil e reforça a importância da conservação da área, de aproximadamente 156 mil hectares, situada no litoral maranhense.
Como são os Lençóis Maranhenses
A região foi reconhecida por seu campo de dunas intercaladas com lagoas de água doce, ambiente moldado pelo vento e único no mundo.
“Ao ver os Lençóis de cima, vindo de helicóptero para cá, é como se as nuvens estivessem se cristalizado no chão, com todas aquelas dunas ali esculpidas, algo esculpido pela mão de Deus”, disse a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, à Agência Gov.
Localizado em uma zona de transição entre Cerrado, Caatinga e Amazônia, o parque foi criado em 1981 e é administrado pelo ICMBio , órgão vinculado ao MMA. Com uma área de mais de 155 mil hectares, o parque abriga cerca de 133 espécies de plantas, 112 espécies de aves e pelo menos 42 espécies de répteis.
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Como conseguiu o título
O título de Patrimônio Mundial é dado a lugares cuja relevância natural ou cultural, segundo a Unesco, ultrapassa fronteiras nacionais e tem importância para toda a humanidade.
Para ser inscrito na Lista do Patrimônio Mundial, é necessário passar por uma rigorosa avaliação que comprova seu Valor Universal Excepcional e condições adequadas de proteção e gestão.
O processo de candidatura da Unidade de Conversação foi realizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em conjunto com o ICMBio , o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o governo do Maranhão.
O título foi concedido em julho de 2024 durante reunião do Comitê do Patrimônio Mundial em Nova Délhi, na Índia, com base nos critérios relacionados à beleza natural e características geomórficas do local. Mas só saiu nesta sexta, 15.
Papel das unidades de conservação
As unidades de conservação cumprem um papel importante para o planeta. Elas resguardam riquezas naturais únicas e protegem a biodiversidade, contribuindo decisivamente para a captura de carbono da atmosfera”, disse o presidente do ICMBio, Mauro Pires.
“Desta forma, reconhecimentos mundiais, como o concedido ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, reforçam esta importância e criam mais camadas de proteção e conscientização social sobre a necessidade de preservação destas riquezas naturais”, completou.
Aumento do turismo
O reconhecimento mundial amplia a visibilidade e o interesse pela visitação dos Lençóis Maranhenses, mas também aumenta a responsabilidade de preservação.
O parque tem recebido recordes sucessivos de visitação desde o fim da pandemia de Covid-19, com 440 mil visitantes em 2024 e se tornou o sexto Parque Nacional mais visitado do país.
Atualmente, o Brasil é um dos principais detentores de sítios naturais de relevância global.
Além dos Lençóis Maranhenses, outros oito sítios naturais brasileiros já receberam o título da Unesco.
Em julho deste ano, o Comitê do Patrimônio Mundial incluiu o Cânion do Peruaçu, localizado no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, na lista.
Acorde de cooperação
O ICMBio é responsável pela gestão de 344 unidades de conservação no Brasil.
Para fortalecer a proteção do Parque, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Governo do Estado do Maranhão assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para aprimorar serviços públicos, infraestrutura de segurança e mecanismos de proteção do sítio.
São oito eixos de atuação que incluem desde a construção de guaritas nos acessos ao parque até a implementação de programas de turismo de base comunitária.
Entre as principais ações estão a instalação de um Complexo de Segurança em Atins, o monitoramento da balneabilidade das lagoas e a criação de um Batalhão de Polícia Ambiental permanente na região.
